Existem diversas hipóteses sobre a origem do teatro grego. A teoria mais aceita é a que vê esse início nas festas celebradas em honra ao deus Dionísio. Durante as celebrações, que duravam seis dias, em honra ao deus, em meio a procissões e com o auxílio de fantasias e máscaras, eram entoados cantos líricos, os ditirambos, que mais tarde evoluíram para a forma de representação plenamente cênica como a que hoje conhecemos através de peças consagradas.
Seu florescimento ocorreu entre 550 a.C. e 220 a.C., sendo cultivado em especial em Atenas, que neste período também conheceu seu esplendor, mas espalhou-se por toda a área de influência grega, desde a Ásia Menor até a Magna Grécia e o norte da África. Sua tradição foi depois herdada pelos romanos, que a levaram até as suas mais distantes províncias, e é uma referência fundamental na cultura do ocidente até os dias de hoje.
O teatro grego tem como principal finalidade fazer o espectador refletir sobre os problemas que afligem o ser humano, de tal maneira que a representação da obra sirva de ensinamento. O espectador, aos ver os acontecimentos por que passam as personagens, vive um sentimento chamado de "catarse" (termo criado por Aristóteles), que o purifica, tranquiliza suas paixões negativas e o torna melhor como pessoa e cidadão. Assim, o teatro grego não é só uma diversão ou entretenimento, mas cumpre uma função de educação social.
Os teatros (de theatron, "local onde se vê") surgiram a partir do século VI a.C.. Julga-se que antes disso as primeiras representações teatrais seriam realizadas em locais públicos como a ágora de Atenas.
Os teatros situavam-se ao ar livre, nos declives das encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica. Inicialmente os bancos eram feitos de madeira, mas a partir do século IV a.C. passaram a ser construídos em pedra.
Para além a plateia distinguiam-se várias áreas no teatro. A orquestra era a área circular em terra batida ou com lajes de pedra situada no centro das bancadas, onde o coro realizava a sua interpretação. Julga-se que a orquestra teria de início uma forma quadrangular, como no Teatro de Tóricos. No centro da orquestra ficava a thymele, um altar em honra a Dionísio, que servia não só para oferecer sacrifícios, mas também como adereço. Em cada lado da orquestra existiam as entradas para o coro, os parodoi.
Atrás da orquestra estava a skenê, o cenário, estrutura cuja função inicial foi servir como local onde os actores trocavam de roupa, mas que passou também a representar a fachada de um palácio ou de um templo. Frente à skenê estava o proscenium, onde os actores representavam os papéis, se bem que estes também se deslocassem até à orquestra.
Dos teatros da Antiga Grécia alguns dos mais importantes são o Teatro de Epidauro, o Teatro de Dodona, o Odeon de Herodes Ático, o Teatro de Delfos, o Teatro de Segesta, o Teatro de Siracusa e o Teatro de Dionísio.
Tragédias
A tragédia é o gênero mais antigo, tendo surgido provavelmente em meados do século VI a.C. Os temas da tragédia eram oriundos da religião ou das sagas dos heróis, sendo raras as tragédias que se debruçavam sobre assuntos da época (um exemplo de passada que abordava temas contemporâneos foi Os Persas de Ésquilo). A maioria das tragédias retrata a queda de um herói, muitas vezes atribuída à sua arrogância (húbris).
A literatura grega reúne três grandes tragediógrafos, cujos trabalhos ainda existem: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
Ésquilo foi um dramaturgo da Grécia Antiga. É reconhecido frequentemente como o pai da tragédia. É o mais antigo dos três trágicos gregos cujas peças ainda existem. De acordo com Aristóteles, Ésquilo aumentou o número de personagens usados nas peças para permitir conflitos entre eles; anteriormente, os personagens interagiam apenas com o coro. Apenas sete de um total estimado de setenta a noventa peças feitas pelo autor sobreviveram à modernidade: Prometeu Acorrentado, Os Persas, Os Sete Contra Tebas, As Suplicantes e a trilogia Oresteia- Agamênom, Coéforas, Eumênides.
Pelo menos uma das obras de Ésquilo foi influenciada pela invasão persa da Grécia, ocorrida durante sua vida. Sua peça Os Persas continua sendo uma grande fonte de informação sobre este período da história grega. A guerra teve tamanha importância para os gregos e para o próprio Ésquilo que, na ocasião de sua morte, por volta de 456 a.C., seu epitáfio celebrava sua participação na vitória grega em Maratona, e não seu sucesso como dramaturgo.
Sobre sua morte, reza a lenda que, ao visitar Gela, na ilha de Sicília, um Abutre-barbudo, também conhecido por quebra-ossos, confundindo sua careca com um ovo, deixou cair um osso em sua cabeça matando-o (o Abutre-barbudo é conhecido por jogar ossos em cima de ovos para quebrá-los).
Obras
As Suplicantes
Prometeu Acorrentado
Os Persas
Os Sete Contra Tebas
Trilogia Oresteia
Agamenom
Coéforas
Eumênides


