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"Alguns livros devem ser degustados, Outros são devorados, Apenas poucos são mastigados E digeridos totalmente." (Cornelia Funke, Coração de Tinta.)

domingo, 8 de setembro de 2019

Pensadoras




        Novo slot na biblioteca ao lado, PENSADORAS. Ali estamos construindo um acervo acerca da ótica feminina do mundo e das questões sociais. Temos de Audre Lorde a Margareth Rago, de Mary del Priore a Judith Butler. 
        Como introdução às várias narrativas femininas que temos a pretensão de relatar, temos aqui o livro "Luta, Substantivo Feminino." Este livro foi obtido na Biblioteca Feminista, onde você pode encontrar vários
outros títulos da mesma temática.


                    " Este livro é o terceiro filho do relatório Direito à memória e à verdade, cujo lançamento, em agosto de 2007, numa audiência coordenada pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fortaleceu o debate democrático sobre a questão dos mortos e desaparecidos durante o regime iniciado em 1964."



quinta-feira, 21 de março de 2019

Roland Barthes


- Biografia
 Roland Gérard Barthes nasceu 12 novembro de 1915, durante a Segunda Guerra Mundial, em Cherbourg, Louis Barthes, um oficial da marinha mercante, Católica e Henriette Binger, resultado protestante da burguesia intelectual. Seu avô materno era o explorador Louis-Gustave Binger, que se tornara governador das colônias, e sua avó, Noemi, recebeu o lugar do intelectual Panteão All-Paris. Seu pai foi mobilizado em 1914 como alferes. Ele morreu em uma batalha naval em North Wed, 26 de outubro de 1916. Roland Barthes passou a infância em Bayonne até 1924, depois em Paris, onde estudou no Liceu Montaigne e Louis-le-Grand ensino médio. Ele se formou em 1934 e se matriculou em clássicos na Faculdade de Artes da Universidade de Paris, onde ajudou a fundar o "Sorbonne Antique Theatre Group"  e obteve seu bacharelado em 1939. (certificado de estudos gregos, certificado de estudos latinos, certificado de literatura francesa e história da filosofia).

Em 1934, após uma hemoptise, ele foi diagnosticado com uma lesão no pulmão esquerdo. Até 1949, seus estudos e sua vida profissional foram interrompidos por doenças e permaneceu em sanatórios na França e na Suíça. Em 1937 ele foi dispensado do serviço militar. professor da escola alta de Biarritz (1939-1940), em seguida, para Voltaire e Buffon escolas secundárias de Paris (1940-1941), em 1941, ele também recebe seu diploma de pós-graduação com uma tese sobre a tragédia grega. Durante a sua estada no sanatório, ele leva uma rica vida intelectual, faz encontros decisivos (inclusive para sua formação política, George Fournié trotskista ativista que o apresentou ao marxismo) e descobre leituras fundamentais (Karl Marx, Jules Michelet Jean-Paul Sartre). Ele publica seus primeiros textos. Em 1943 obteve o certificado de gramática e filologia das línguas clássicas, o que lhe permitiu transformar sua licença em uma licença de ensino. Em 1947, publicou em Combat os primeiros textos que constituirão o Grau zero escrito. Além disso, durante este período, viagens profissionais para o exterior: Bucareste (nomeado bibliotecário do Instituto Francês em 1947, ele se mudou para a capital romena com sua mãe e tem um caso com um professor de francês, Pierre Sirin ), Alexandria (onde, professor de francês na universidade entre 1949 e junho de 1950, encontra Algirdas Julien Greimas e onde é apresentado à lingüística); ele permaneceu no Marrocos várias vezes desde 1963 (ele lecionou em Rabat em 1969-1970) . Ele visitou os Estados Unidos pela primeira vez em 1958 como professor visitante no Middlebury College, Vermont e, em seguida, em Nova York no ano seguinte; ele volta para lá em 1967 (sua amiga Susan Sontag espalhará suas ideias no mundo intelectual americano).

Em 1952, de volta a Paris, onde trabalhou no Ministério do Exterior, ele publicou "O mundo onde temos que lutar" em Esprit e continua suas "pequenas mitologias do mês" na batalha e na revisão do Maurice Nadeau, Novas Cartas Seus textos curtos são conhecidos e estão reunidos em um único volume em 1957. Mas seu primeiro ensaio, The Zero Degree of Writing, publicado em 1953, é rapidamente considerado como o manifesto de uma nova crítica preocupada com a lógica imanente do texto. Em 1954, publicou um artigo marcante sobre Alain Robbe-Grillet. Naquela época, o teatro era de particular interesse para ele: na década de 1950, ele escreveu mais de oitenta artigos sobre teatro, publicou em várias revistas e ajudou a fundar a revista Théâtre Populaire. Ele também participou da criação de Comunicações, então, nos anos 1960 e 1970, ele colaborou com Tel Quel.

Em 1962, ele se juntou a Michel Foucault e Michel Deguy no primeiro conselho editorial da revista Critique, com Jean Piel, que assumiu a gestão da revisão após a morte de Georges Bataille.


  Para conhecer um pouco o trabalho deste intelectual compartilhamos aqui alguns de seus textos.


Elementos de Semiologia
Mitologias
O Rumor da Língua



Nesta pasta temos vários outros textos.

Barthes

segunda-feira, 18 de março de 2019

Manifesto Futurista






 Em 20 de Fevereiro de 1909 foi lançado pelo poeta italiano Felippo Tommaso Marinetti, no jornal francês Le Figaro, o Manifesto Futurista. Este foi o ponta pé inicial para dar início a criação de um movimento de cunho artístico e literário denominado Futurismo. O Futurismo caracterizou-se principalmente pelo rompimento com a arte e a cultura do passado, celebrando o progresso e a tecnologia moderna, a vida urbana, a velocidade e a energia ao ponto de, os mais extremos, exaltarem as armas e a violência. Os integrantes desse estilo foram os grandes divulgadores do movimento, recorrendo a palestras e a publicidade para dar visibilidade a este estilo.

O Manifesto Futurista deixou clara a rejeição dos futuristas ao passado e a destruição de tudo o que era velho e venerado, ascendendo espaço para o novo e o vital. Giacomo Balla (1871 – 1958), Carlo Carrà (1881 – 1966) e Umberto Boccioni (1882 – 916) estão entre os principais expoentes desse movimento, além de Gino Severini (1883 – 1966) e Luigi Russolo (1885 -1647).

O Futurismo influenciou diversos artistas que mais tarde vieram a fundar outros estilos artísticos como o Cubismo, o Surrealismo e o Dadaísmo. O movimento Futurista durou até aproximadamente a década de 1930, quando foi se esvaziando com a Segunda Guerra Mundial.

No Brasil o futurismo chegou ao Brasil graças ao escritor brasileiro Oswald de Andrade (1890-1954), um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 22. Durante uma curta temporada na Europa, o cronista conviveu com intelectuais e artistas e, por intermédio deles, conheceu o Manifesto Futurista.

Segundo Pilagallo, quando retornou ao Brasil, em 1912, Oswald trouxe consigo as ideias futuristas de Marinetti, porém, "nos anos que se seguiram ao seu retorno, nada se alterou no cenário cultural brasileiro, ainda dominado por Olavo Bilac (1865-1918), a maior expressão nacional do parnasianismo".

Na Europa, Oswald conviveu com intelectuais, artistas e boêmios e, por intermédio deles, entrou em contato com o Manifesto Futurista, do escritor ítalo-francês Filippo Marinetti. O texto aparecera três anos antes, em 1909, no jornal parisiense Le Figaro, e ainda exercia enorme influência sobre a vanguarda européia. O futurismo defendia uma arte que captasse o impacto das novas tecnologias no cotidiano. A velocidade do automóvel, o movimento da máquina, o ruído das engrenagens - tudo isso constituía a matéria que a poesia e a pintura deveriam celebrar, de maneira inovadora, original. As imagens na tela deveriam não mais tentar imitar a natureza, mas distorcê-la. As palavras estavam livres das regras de versificação. A arte do passado, acadêmica, confinada em museus e bibliotecas, merecia ser destruída, afirmava o manifesto, com uma retórica agressiva que visava provocar controvérsia, chocando a sociedade para atrair a atenção pública.

Oswald de Andrade não ficou nem um pouco chocado com a radicalidade. Ao contrário, o movimento vinha ao encontro de sua concepção estética, ainda não elaborada, mas já apontando para a ruptura com os valores tradicionais. Ao regressar, naquele mesmo ano de 1912, trouxe na bagagem o futurismo, colocando o Brasil na rota da vanguarda.







Manifesto Futurista



  1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e do destemor.
  2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
  3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
  4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
  5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
  6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.
  7. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que não tenha um caráter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostrar-se diante do homem.
  8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente.
  9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.
  10. Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de toda natureza, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.
  11. Nós cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as oficinas penduradas às nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas; os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta.
É da Itália, que nós lançamos pelo mundo este nosso manifesto de violência arrebatadora e incendiária, com o qual fundamos hoje o "futurismo", porque queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores, de arqueólogos, de cicerones e de antiquários. Já é tempo de a Itália deixar de ser um mercado de belchiores. Nós queremos libertá-la dos inúmeros museus que a cobrem toda de inúmeros cemitérios.



fontes: https://www.infoescola.com/artes/futurismo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Futurista
https://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u505985.shtml