Faz 79 anos, no dia 30 desse mês (novembro), que Fernando pessoa morreu aos 47 anos em Lisboa. Ele era poeta, escritor, tradutor e nas horas vagas correspondente comercial. Foi tradutor de Shakespeare e Edgar Allan Poe. Flertava com o ocultismo através da Maçonaria e da Rosa-Cruz. Gostava de Astrologia, mas tinha uma queda pelo sinistro Aleister Crowley e a "suspeitosa" Helena Blavatsky. Matriculou-se no Curso Superior de Letras (atual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), mas não ficou por lá nem um ano. Foi educado na África do Sul, foi excelente aluno, foi intenso, foi profundo... Bebeu o mundo. Mas nada me chamou mais atenção que seus heterónimos.
"Heteronímia (heteros = diferente; + ónoma = nome) é o estudo dos heterónimos, isto é, estudo de autores fictícios (ou pseudoautores) que possuem personalidade. Ao contrário de pseudónimos, os heterónimos constituem uma personalidade. O criador do heterónimo é chamado de "ortónimo". É quando o autor assume outras personalidades como se fossem pessoas reais."
(fonte: Wikipédia).
Não se trata apenas de um nome fictício, trata-se de uma personalidade completa (com profissão e tudo). Entretanto, com o amadurecimento de cada uma das outras personalidades, o próprio ortónimo tornou-se apenas mais um heterónimo entre os outros. Os três heterónimos mais conhecidos (e também aqueles com maior obra poética) foram Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.
Álvaro de Campos era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo.
Ricardo Reis é descrito como um médico que se definia como latinista e monárquico. De certa maneira, simboliza a herança clássica na literatura ocidental. Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal e não se sabe o ano da sua morte.
Alberto Caeiro por sua vez, nascido em Lisboa, teria vivido quase toda a vida como camponês, quase sem estudos formais. Teve apenas a instrução primária, mas é considerado o mestre entre os heterónimos (pelo ortónimo). Depois da morte do pai e da mãe, permaneceu em casa com uma tia-avó, vivendo de modestos rendimentos e morreu de tuberculose. Também é conhecido como o poeta-filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma "não-filosofia". Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida. (nota: adoro esse ). Dos principais heterónimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever em prosa. Alegava que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade.
Bem, depois desta breve apresentação o que me resta é dedicar este post a quem o amou antes de mim.
Sou o Espírito da treva
Sou o Espírito da treva,
A Noite me traz e leva;
Moro à beira irreal da Vida,
Sua onda indefinida
Refresca-me a alma de espuma...
Pra além do mar há a bruma...
E pra aquém? há Cousa ou Fim?
Nunca olhei para trás de mim...
K, este post é p'ra você, a sua favorita. Um beijo, te amo.
Para quem gosta de poesia e princialmente Fernando Pessoa, criamos uma pasta especialmente para ele.
Os primeiros títulos são: Poesias Inéditas e Antologia Poética.
Fernando Pessoa
Boa leitura! XOXO =^.^=